segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sociologia do Batman

GENIAL
DO Zédassilva

A bicicleta como prova da burrice humana

Nada contra bicicletas até mesmo porque já tive três na minha vida. A da primeira infância, herança de família, a da segunda infância, presente desejado de Papai Noel e a última, já na vida adulta, como uma tentativa desesperada de buscar alguma melhora física, o que não foi possível em razão dos compromissos profissionais que me afastaram do pedalar.

A bicicleta é um transporte muito democrático, uma vez que podemos encontrá-las pelo preço que estivermos dispostos a pagar. Desde uma magrela de segunda mão até a de último tipo com marca de automóvel (BMW, Porsche, Audi), toda pessoa encontrará uma ao alcance do seu bolso.

Infelizmente não há espaços adequados para se andar de bicicleta. Na esmagadora maioria das cidades não há ciclovias, e quando as há, são em trechos curtos, insuficientes para atender às necessidades da população. E é nesse momento que a improvisação dá espaço aos atos de estupidez. Vamos a eles.

BURRICE UM - Disputar espaços com outros veículos
Há uma crença popular de que a bicicleta, assim como as carroças, teriam o direito de ocupar as pistas destinadas ao tráfego de motos, carros, caminhões e ônibus. Ledo engano.
Bicicletas não poderiam ocupar esses espaços em igualdade de condições não porque não são veículos automotores, mas pelo simples fato de não atenderem às normas básicas de segurança como uso de retrovisores, exigência de capacete e indicativos de presença como luzes piscando, entre outros. Não adianta, não tem como um veículo sem o uso de instrumentos de segurança querer ocupar os mesmos espaços.
De outro lado, além da falta desses elementos, as bicicletas não se sujeitam às normas de trânsito pelo simples fato de não serem registradas como os demais veículos! Tratam-se de um ser estranho, uma vez que querem ocupar os mesmos espaços, mas não se sujeitam às mesmas regras, no tocante à segurança e normas de regulamentação de trânsito. Há como multar um ciclista que avance sinal? Há como punir um "bicicleteiro" (equivalente ao motoqueiro-motociclista) pelos seus arroubos no trânsito? Não. Se até mesmo reboques são obrigados a serem emplacados, o que dizer das magrelas?
Finalmente, temos os limites de velocidade. Qualquer semianalfabeto candidato a CNH sabe que as vias possuem limites máximos de velocidade e MÍNIMOS TAMBÉM. É impossível a uma bicicleta se inserir no tráfego atendendo aos limites de velocidade. Mas sempre haverá uma voz para se levantar e declarar que há bicicletas muito velozes. Claro que há! E se você conseguir andar nesse ritmo, pode se inscrever no "Tour de France" e buscar um prêmio lá! Sem falar que a velocidade exigida será alta e a falta de equipamentos de proteção transformarão esse "bicicleteiro" em estatística de acidente de trânsito fatal...

BURRICE DOIS - Não ocupar os próprios espaços
Nessa situação vemos a prova cabal da estupidez humana. Não satisfeito em disputar espaços com veículos automotores, o infeliz a bordo de uma bicicleta simplesmente A D O R A desfilar ao lado de uma ciclovia! Não digo ciclovia na pista oposta, porque seria exigir demais do cidadão, mas trafega no asfalto ao lado da pista existente para ele! Isso embora a pista específica esteja em boas condições, sem buracos, sinalizada (se bem que é pedir demais ao sujeito estabelecer mão e contra-mão) e iluminada.
E não adianta você piscar farol, buzinar, porque o máximo de resposta será um gesto obsceno em sua direção. Além de burros, mal educados.
Para mim, o sujeito que ignora uma ciclovia, ou ciclofaixa, teve sérios problemas de oxigenação no cérebro quando nasceu, porque é inadmissível o indivíduo abrir mão de seu espaço, seguro e demarcado, e tentar a sorte no meio dos outros veículos sabidamente mais velozes do que ele.

Quer andar de bicicleta? Amarre a sua no suporte em seu CARRO e vá passear no parque!